Seguro rural ganha protagonismo entre cafeicultores do Rio com


Por Redação

23/07/2025  às  18:32:22 | | views 2257


@cnseg

Com estiagens mais severas e inclusão do Noroeste Fluminense no mapa do semiárido, produtores pressionam por maior acesso à proteção agrícola


A intensificação das mudanças climáticas e a ampliação do semiárido no Brasil têm colocado o seguro rural no centro das estratégias de proteção para o agronegócio. No estado do Rio de Janeiro, especialmente no Noroeste Fluminense, onde se concentra até 80% da produção de café, o cenário de estiagens prolongadas e altas temperaturas acendeu o alerta entre produtores e autoridades.

 

Segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), entre janeiro e abril de 2025, o setor segurador desembolsou R$ 2 bilhões em indenizações no âmbito do seguro rural — crescimento de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior. O café, uma das culturas mais sensíveis a variações climáticas, está entre as que mais demandam cobertura.

 

A importância da proteção ficou ainda mais evidente com a recente aprovação no Senado do Projeto de Lei 1.440/2019, que inclui 22 municípios das regiões Norte e Noroeste Fluminense no mapa do semiárido. A nova classificação amplia o acesso de produtores ao Benefício Garantia-Safra e a outras políticas públicas voltadas à agricultura familiar, além de facilitar o acesso ao crédito rural e aos programas de subvenção ao prêmio do seguro.

 

Para Glaucio Toyama, presidente da Comissão de Seguro Rural da FenSeg, a expansão do seguro é fundamental para a sustentabilidade da atividade cafeeira no estado. “Essas regiões têm registrado menos chuva, mais calor e maior evaporação. O seguro rural se torna essencial não apenas para evitar perdas, mas para garantir investimentos em práticas agrícolas resilientes”, afirma.

 

Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) estima que a inclusão das novas áreas no semiárido pode representar um impacto econômico de R$ 22 milhões por ano, destravando recursos para a cadeia agroindustrial do café e ampliando a competitividade dos cafés especiais produzidos na região.

 

Toyama destaca ainda que o seguro rural oferece estabilidade econômica, protege o patrimônio do produtor e reduz a dependência de auxílios emergenciais. “Ele assegura a continuidade da produção mesmo em anos adversos e atrai novos investimentos para o campo”, completa.

 

Com a perspectiva de um futuro climático mais incerto, cresce a expectativa por um novo modelo de seguro rural. O Governo Federal deve apresentar até setembro uma proposta para reformular o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), com foco em ampliar o acesso e garantir cobertura mais eficaz a culturas estratégicas como o café.



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